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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Actividade turística 2014

A hotelaria registou 5,8 milhões de dormidas em Julho de 2014, valor correspondente a um acréscimo homólogo de 9,4% (+8,6% em Junho de 2014). As dormidas de residentes apresentaram um aumento significativo (+15,4% face a +6,7% em Junho), enquanto se verificou uma desaceleração no crescimento das dormidas dos não residentes (+6,9% em Julho de 2014 e +9,3% em Junho). Dos principais mercados emissores, destaca-se o aumento das dormidas de residentes do Reino Unido, Espanha e França. Em sentido oposto assinala-se a redução observada no mercado alemão.
Contudo, no período acumulado de Janeiro a Julho 2014, com a excepção da Holanda, registaram-se crescimentos nos principais mercados emissores, incluindo o alemão, tendo-se destacado a Espanha com um aumento de 19,4%.
Os proveitos totais aumentaram 10,7% e os de aposento 12,0% (+8,1% e +8,2%, respectivamente, em Junho).
Hóspedes e dormidas mantêm evolução positiva
Em Julho de 2014, os estabelecimentos hoteleiros registaram 1,7 milhões de hóspedes e 5,8 milhões de dormidas, valores que corresponderam a acréscimos de 9,4% para ambos os indicadores.
Estes resultados superaram ligeiramente os do mês anterior (+7,2% de hóspedes e +8,6% de dormidas), mas foram inferiores aos de Janeiro a Julho de 2014 (+11,6% e +10,8%, respectivamente).
As dormidas em hotéis aumentaram 12,4% e representaram 59,5% do total. Nos hotéis-apartamentos (+6,4%) o decréscimo de dormidas na categoria 5 estrelas foi compensado pelos resultados positivos das restantes.
Em Julho de 2014 os dez principais mercados emissores representaram 78,8% das dormidas de não residentes (79,3% em Julho de 2013).
O mercado britânico, com uma quota de 23,8%, registou um aumento de 10,8% nas dormidas dos seus residentes.
Destacou-se ainda o mercado espanhol (+13,1%), o segundo em termos de representatividade (peso de 13,1%), bem como o francês (+12,0% de dormidas e quota de 8,2% em Julho).
A Alemanha apresentou resultados negativos em Julho (-6,6%), invertendo a tendência dos últimos meses (+21,9% em Junho e +5,3% em maio). O peso relativo deste mercado em Julho foi 9,6% das dormidas de não residentes.
A Bélgica apresentou o maior crescimento em Julho (+22,1%), secundada pelos EUA (+14,9%) e Itália (+14,3%).
No período de Janeiro a Julho de 2014 destacam-se os aumentos da Espanha (+19,4%), Bélgica (+19,0%), França (+14,1%) e Reino Unido (+11,6%).
Norte e Lisboa com maiores aumentos na procura 

As dormidas aumentaram em todas as regiões do Continente, com destaque para o Norte (+14,7%) e Lisboa (+13,9%). No Algarve (+9,6%), o crescimento foi inferior ao dos últimos meses (+13,0% em Junho e +13,8% em maio), enquanto nas Regiões Autónomas os resultados foram decrescentes (-4,8% nos Açores e -1,0% na Madeira). O Norte obteve uma quota de 10,1% nas dormidas totais em Julho de 2014, aproximando-se da Madeira (11,6%).
As dormidas de residentes cresceram significativamente em todas as regiões do Continente, com maior impacto no Algarve (+22,2%), principal destino do mercado interno (43,6%). Os Açores registaram um aumento de 6,2% nas dormidas de residentes, tendo a Madeira sido a única região com evolução negativa (-10,1%).
Quanto às dormidas de não residentes observaram-se aumentos expressivos no Norte (+15,5%), em Lisboa (+14,0%) e no Alentejo (+13,6%). No Algarve, o aumento da procura por parte de não residentes (+4,9%) desacelerou (+10,8% em Junho), mas a região concentrou 44,4% das dormidas de não residentes. Lisboa foi o segundo destino dos residentes no estrangeiro (23,8% das dormidas destes hóspedes).
Considerando os primeiros sete meses do ano, as dormidas totais cresceram em todas as regiões à excepção dos Açores (-0,6%). O Alentejo registou o maior aumento (+16,2%), seguido por Lisboa (+14,2%).


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Dois chefs, um menu.

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Cannelloni de sapatateira ou mexilhões marinados com ravioli de alho? No resort Monte Rei, em Tavira, dois chefs espanhóis estão encarregues da refeição de sábado à noite.
Um jantar a quatro mãos, em pleno Algarve. O chef espanhol Roger Viñas juntou-se ao compatriota Jaime Perez que há cerca de sete anos está encarregue da cozinha do restaurante Vistas, no resort Monte Rei (Tavira). Do convite surgiu um menu de jantar que pode ainda ser degustado até este sábado (a iniciativa começou a 21 de agosto).
A autoria da carta pertence à dupla de cozinheiros, que além de amigos trabalharam juntos durante três anos. Ambos garantem que todos os pratos são de assinatura e seguem uma linha de trabalho identitária. “Esta é uma cozinha que nos representa, uma cozinha de produto e de inovação, na qual estamos a trabalhar há vários anos”, garante Jaime Perez. O chef, que durante a carreira cruzou-se com gigantes do sector, como Sergi Arola e Ferrán Adrià, confeciona comida mediterrânica, de inspiração ibérica. “Há que trabalhar com produtos frescos e acessíveis. Depois, entra a imaginação”, diz ao Observador. Acrescenta ainda que as diferenças entre Portugal e Espanha são poucas –”Os países são muito parecidos nos produtos, mas cada um tem as suas receitas”.
Voltando ao sábado à noite, da ementa fazem parte snacks (como terrina de foie gras com redução de vinho do Porto ou papada de porco com hummus) e uma amouse-bouche de filete de sardinha curada em cama de rebentos da estação e tomate. Seguem-se cinco pratos principais, entre os quais contam-se cannelloni de sapatateira com manga, mexilhões marinados com ravioli de alho e consommé de anéis de lula com almôndegas. A sobremesa é uma esfera de chocolate com gelado de baunilha e coulis de morangos, acompanhado de caipirinha, mas ainda há outros “mimos” dos chefs.
Esta é a primeira iniciativa do género. “O Jaime convidou-me. Somos amigos e esta foi uma oportunidade para conhecer o país e a cultura”, explica Roger Viñas que, desde 2003, comanda as operações gastronómicas no restaurante Manairó, em Barcelona, com uma estrela Michelin. Viñas aventurou-se entre tachos e panelas com apenas 14 anos, no Hostal de la Gloria. Desde pequeno que via a mãe cozinhar e garante que o que coloca no prato tem influências de saberes e sabores familiares.
Ao Observador diz que, quando se trata de gerir uma cozinha, o que conta não é a estrela Michelin, mas antes o que acontece diariamente e a superação constante de desafios. “São muitas horas de trabalho. É duro, mas o restaurante [Manairó] é como uma grande família”, diz. Também o jantar em questão, a ocupar as mesas do Monte Rei, envolveu horas e horas de preparação técnica. Ao todo foram dois dias intensos, conta Jaime Perez. “A papada de porco implica uma cozedura a vácuo. Foram precisas 27 horas”.
Esse terá sido um dos motivos porque Roger Viñas, que está pela primeira vez em solo português, ainda não teve oportunidade para explorar o país. Diz ter ido apenas a dois ou três restaurante e confessa-se fã do bacalhau à braz. Depois de terminada a refeição que ficou incumbido de preparar, admite que vai tentar colocar a jaleca de lado e armar-se em turista.
Até lá há mais jantares na calha. A iniciativa tem corrido bem, garante a dupla. Na primeira noite, a 21 de agosto, foram servidos cerca de 30 jantares e as críticas foram positivas, razão pela qual os chefs permanecem entusiasmados para os restantes dias. O jantar é aberto ao público e tem um custo de 75 euros por pessoa (acresce outros 35 euros pelos vinhos).

Comporta, o tesouro escondido.

Destino de verão para elites e um refúgio que ainda não conheceu o desenvolvimento excessivo visto por terras algarvias, é assim que a Business Insider apresenta a Herdade da Comporta.

Reinaldo Rodrigues / Global Imagens

Conhecer a Comporta, o destino onde europeus endinheirados podem “desaparecer” (“go off the grid”, expressão inglesa). É assim que a Business Insider começa por descrever a Herdade da Comporta, a maior propriedade nacional detida por privados e que se estende por 12.500 hectares na região rural do Alentejo (o artigo é original da Condé Nast Traveler).
O artigo dá conta de uma terra intocada, tal como descreve a jornalista Maura Egan, que cita diversos intervenientes, incluindo Isabel Carvalho, dona do restaurante Museu do Arroz: “As pessoas vêm aqui porque isto lhes faz lembrar de Saint-Tropez no anos 1970″. Mas também de Ibiza nos anos 1980 ou dos Hamptons na década de 1990. “O meu marido cresceu em Angola”, diz Isabel Carvalho. “E a primeira vez que aqui chegou, disse-me que isto lhe fazia lembrar África”.
Reminiscências à parte, a referência à família Espírito Santo é inevitável. A jornalista encara-a como uma das maiores dinastias bancárias de Portugal, se não do mundo. Talvez por isso tenha sido capaz de, à data, ter adquirido um lote de terra maior do que a cidade de Lisboa. “A família apaixonou-se com a paisagem desimpedida”, escreve Maura Egan, mas também pelos quilómetros de praias desertas, florestas densas cobertas de pinheiros mansos, sobreiros e campos de arroz. Motivos mais do que suficientes para que a Herdade da Comporta se transformasse no “playground privado” dos Espírito Santo.
A peça dá ainda conta da presença de figuras internacionais na Herdade. E dá como exemplo a Princesa Carolina e a aristocracia francesa. Mas também alguns dos cerca de 3.500 residentes a tempo inteiro — uma clara divisão sócio-económica entre os moradores e as multidões de verão, diz a autora, que recorda também a polémica em torno da citação de Cristina Espírito Santo no ano passado: “É como brincar aos pobrezinhos”.
“No fins-de-semana, durante a siesta entre a hora do almoço e do cocktail, o principal cruzamento da aldeia da Comporta fica entupido com BMWs, Range Rovers e os ocasionais dune buggy”. Se, por um lado, veem-se senhoras de idade a comer gelados de cone, por outro, há pessoas a comprar produtos como vinho do Porto, sardinhas em lata e cestos de palha. O certo é que por ali marcam presença distintas boutiques para diferentes estilos de vida. O artigo termina com uma citação do artista Jason Martin: “Passo muito tempo a viajar no circuito de arte que esta parece ser uma vida muito genuína [a vida na Comporta]. E desde que este sítio não se estrague como o Algarve, é o tesouro escondido da Europa”.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Eleven não deveria de existir. Funciona por cunhas!!!!!

Concessão daquele que veio a ser o restaurante Eleven foi ganha em 2001 por uma empresa que se registou nas Finanças na véspera do concurso. Empresa pertencia a dois filhos de um ex-ministro e ex-grão mestre da Maçonaria. Concorrentes preteridos eram dois grandes empresários de restauração.
O Eleven, no Parque Eduardo VII, surgiu num processo que é tudo menos normal NUNO FERREIRA SANTOS
Normal é o único qualificativo que não se pode aplicar à forma como decorreu o processo através do qual a Câmara de Lisboa concessionou o direito de construir o restaurante de luxo inaugurado em 2004 no Jardim do Alto do Parque Eduardo VII. Se o programa da hasta pública lançada em 1999 pelo executivo de João Soares tivesse sido respeitado, a empresa vencedora nem sequer teria sido admitida a concurso. Mas mesmo que preenchesse os requisitos para concorrer e tudo tivesse sido normal no procedimento, a sua proposta não teria ganho.
A sociedade a quem foi atribuída a concessão, a Estalagem de Monsaraz Ldª (EM Ldª) — depois adquirida pelos proprietários do Eleven — nunca tinha tido qualquer actividade, pelo que não podia satisfazer parte das condições exigidas para participar na hasta pública. Além disso, o simples facto de não ter experiência no sector da restauração, apesar de ter declarado o contrário, e praticamente não ter apresentado garantias, devia tê-la empurrado para segundo ou terceiro lugar.
Os documentos oficiais que terá apresentado para concorrer, mas cuja obtenção não poderia conseguir em circunstâncias normais por nunca ter tido actividade, desapareceram dos processos camarários.
João Alberto Correia, o arquitecto que três dias antes da realização da hasta pública de 1999 fora nomeado gerente da EM Ldª, firma pertencente a dois dos seus irmãos, era filho de João Rosado Correia, antigo ministro socialista e ex-Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, falecido em 2002.
O arquitecto, também ele destacado maçon, ocupou até Fevereiro deste ano o lugar de director-geral de Infra-estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna, nomeado pelo anterior governo, e encontra-se preso desde o início de Maio, por suspeitas de corrupção relacionadas com o cargo de que se demitiu há quatro meses.
O programa do concurso
O programa da hasta pública lançada para escolher o concessionário do “direito de ocupação, concepção, construção e exploração do restaurante do Jardim do Alto do Parque Eduardo VII” foi publicado no Boletim Municipal em Junho de 1999. Para lá de elencar os documentos que tinham de ser apresentados com a proposta de renda mensal a pagar pela concessão, e sem os quais a proposta seria considerada nula, o programa fixava os critérios a ter em conta na selecção do concessionário.
O escolhido teria o direito de ali construir e explorar um restaurante durante 20 anos, prorrogáveis por períodos de dez, findos os quais o edifício teria de ser entregue ao município.
Entre os documentos obrigatórios, além do anteprojecto do restaurante, encontrava-se a “prova de que [o concorrente] não se encontra em dívida à Fazenda Nacional por contribuições e impostos liquidados nos últimos três anos” e, no caso de se tratar de uma empresa, “documento comprovativo da entrega da Declaração de rendimentos”, nos termos do código do IRC, bem como a prova de ter as contribuições para a segurança Social regularizadas.
Quanto às regras da adjudicação, o programa estipulava que ela seria feita à “proposta mais vantajosa”. E esta seria escolhida em função de cinco critérios ordenados de forma decrescente de importância: integração do projecto no parque; garantias oferecidas pelos concorrentes em relação à boa execução e qualidade técnica do projecto; experiência na exploração de “equipamentos congéneres”; prazo de execução; e preço proposto. No que respeita à experiência em “estabelecimentos congéneres”, o documento nada mais dizia, não explicitando o género de restaurante a construir.
A 2 de Setembro de 1999, véspera da hasta pública, João Correia fez chegar à câmara a sua proposta de renda de cerca de 300 euros mensais (60 mil escudos, que era o valor da base de licitação), acompanhada de vários documentos. A proposta era apresentada por aquele arquitecto, na qualidade de gerente da EM Ldª. Os donos desta sociedade eram dois dos seus irmãos, os quais o tinham nomeado gerente no dia 30 de Agosto.
A proposta e alguns outros documentos eram apresentados em papel timbrado da Estalagem de Monsaraz, uma pequena unidade hoteleira existente naquela vila alentejana, que nunca fora detida ou explorada pela firma homónima, embora o dono do edifício fosse João Correia.
Documentos desaparecidos
A prova da entrega da declaração de IRC não foi apresentada, conforme se depreende do índice dos documentos entregues, anexo a um dos processos camarários consultados pelo PÚBLICO. Porém, de acordo com esse índice, João Correia apresentou o comprovativo da inexistência de dívidas ao fisco e à Segurança Social, facto que, pelo menos no respeitante às Finanças, a ter acontecido, também seria tudo menos normal.
Isto porque a declaração de início de actividade da EM Ldª foi entregue às Finanças na véspera da hasta pública, conforme cópia junta à proposta por João Correia, razão pela qual a empresa também não podia ter feito a declaração de IRC.
As declarações de inexistência de dívidas às Finanças e à Segurança Social, bem como a certidão do registo comercial da firma, documentos que estão no índice como se tivessem sido entregues e que eram obrigatórios não se encontram actualmente nos processos arquivados na autarquia.
Questionada sobre o paradeiro destas e outras peças dos processos, a câmara, através do Departamento de Comunicação, respondeu: “Esses documentos não foram encontrados, ninguém sabe onde é que eles estão”. Mas mesmo que tivessem sido entregues em 1999, sempre teria faltado a declaração de IRC, o que, só por si, implicaria, nos termos do programa, que a proposta fosse considerada nula.
Não foi esse o entendimento da Comissão de Abertura das propostas, que incluia uma jurista do município actualmente ao serviço do Tribunal de Contas, a qual deliberou admitir as três propostas apresentadas — a da EM Lda, e as dos empresários de restauração Alfredo de Jesus (já falecido) e Abílio Fernandes, ambas apresentadas em nome individual.
A não entrega da declaração de IRC foi confirmada ao PÚBLICO por João Correia, através do seu advogado, Pedro Matos Ferreira, A sociedade “não tinha que apresentar” esse documento, “facto que, aliás, estava expressamente previsto na alínea b) do artigo 6º do programa do concurso”, alegou, por escrito, o antigo gerente.
E para ser mais concreto transcreveu aquilo que diz ser a alínea em causa: “Na falta deste documento deve ser entregue cópia da declaração de inscrição no Registo [comercial].” Esta norma, aliás, acrescentou, “demonstra claramente que (...) não havia qualquer impedimento a que a sociedade tivesse iniciado a actividade naquela altura”.
Sucede que a mencionada alínea do programa, bem como o restante articulado que está publicado no Boletim Municipal, nada diz que se pareça, de perto ou de longe, com a frase citada por João Correia. Colocado perante este facto, o seu advogado afirmou que “a frase em questão foi retirada do programa do concurso elaborado pelo Gabinete de Apoio Jurídico da Direcção Municipal de Ambiente Espaços Verdes da CML, onde consta o despacho a mandar publicar no Boletim Municipal. Não se recorda o sr. Prof. Arqtº João Alberto Correia se o que foi publicado no Boletim Municipal referido corresponde exactamente ao teor desse documento, pois passaram mais de 20 anos e, atendendo ao curto espaço de tempo em que as respostas foram solicitadas e ao facto de estar preso, teve de trabalhar com a documentação que ainda tinha em seu poder”.
Em todo o caso, realça Matos Ferreira, “o fundamental é que a EM Ldª, quando se candidatou a esta hasta pública, não tinha quaisquer dívidas à Fazenda Nacional ou à Segurança Social”.
Informação privilegiada?
Independentemente do facto de o programa que tem validade jurídica ser o que foi publicado, a resposta de João Correia parece indiciar que ele terá tido acesso a dados referentes ao concurso que não eram públicos.
O ex-gerente da empresa garante, no entanto, que “a Estalagem de Monsaraz Ldª entregou toda a documentação exigida no programa da hasta pública, incluindo as declarações de inexistência de dívidas à Fazenda Nacional e à Segurança Social”. O mandatário de João Correia adianta que “tais declarações eram aliás desnecessárias e perfeitamente substituíveis pela cópia da declaração de início de actividade que também foi junta à proposta apresentada”. Isto porque, sustenta, “tendo a sociedade iniciado a actividade nessa altura não poderia ter dívidas de impostos ou de contribuições para a Segurança Social”.
Este argumento falece de imediato, na medida em que, por um lado, o programa exigia aqueles documentos, bem como a declaração de IRC, como condição de admissibilidade da proposta e, por outro, a experiência no sector da restauração era um dos factores que contribuia para escolher o vencedor.
Ora se a empresa concorrente tinha iniciado a sua actividade no dia anterior não podia deter qualquer experiência, ao contrário do que se lê na declaração assinada por João Correia, onde está escrito que que ela tem como “filiais” a “Estalagem de Monsaraz ****” e o “Convento da Orada ****”.
Acresce que a unidade hoteleira em questão e o Convento da Orada, também situado junto a Monsaraz, ainda que tendo ligações a João Correia e a uma fundação criada pelo seu pai, não podiam ser “filiais” de uma empresa que só então iniciou a sua actividade. O Convento da Orada, aliás, nunca teve qualquer restaurante a funcionar.
O advogado de João Correia garante, contudo, que “a proposta não tinha quaisquer elementos falsos”, argumentando que “a experiência de uma sociedade mede-se também pela experiência dos seus responsáveis”. No caso concreto, salienta, João Correia “era quem explorava quer a Estalagem de Monsaraz, quer o Convento da Orada”.
Além da EM Ldª, concorreram dois empresários há muitos anos implantados no sector da restauração, designadamente em Lisboa, que apresentaram todos os documentos exigidos. Alfredo de Jesus, então dirigente da associação empresarial do ramo (ARESP), era proprietário de uma rede de pastelarias e restaurantes, e Abílio Fernandes era dono de várias casas conhecidas, como a Lagosta Real, a Gamba d’Ouro, ou o Café In.
Critérios nada claros
A proposta da EM Ldª acabou por ser a vencedora, ficando obrigada a pagar à câmara 110 mil escudos por mês (550 euros), valor que ofereceu durante a licitação em que Alfredo do Jesus se propôs pagar 130 mil. O preço era, todavia, o factor que menos pesava na decisão de adjudicação, de acordo com a ponderação estabelecida pelo júri em Setembro de 2000, um ano depois da hasta pública.
Bastaria no entanto que o júri tivesse tido em conta, como o programa impunha, a inexistência de qualquer experiência no sector por parte da EM Ldª e a debilidade, quando não total ausência, de “garantias de boa execução” e de “qualidade de construção” de equipamentos semelhantes para que o vencedor fosse um dos outros concorrentes.
No caso da “experiência na exploração de equipamentos congéneres”, o júri deliberou mesmo classificar com 2, numa escala de 1 a 3, a EM Ldª, “dado deter a exploração de dois estabelecimentos similares”, e com 1 o concorrente Alfredo de Jesus, “dado que os estabelecimentos que explora não são comparáveis ao que é objecto da presente hasta pública”. Recorde-se que o programa nada dizia sobre o tipo de estabelecimento a construir.
Quanto às “garantias de boa execução”, o júri atribuiu a pontuação máxima aos três concorrentes, tendo a EM Lda apresentado apenas uma declaração do banco BBVA, datada de 1 de Setembro de 1999, em que este certificava a “capacidade financeira e idoneidade comercial” daquela empresa — que ainda nem sequer tinha iniciado a sua actividade.
O júri foi nomeado pelo então vereador dos Espaços Verdes, Rui Godinho (PCP) e era composto pelo então director municipal dos Espaços Verdes e por dois técnicos camarários. Rui Godinho acabou por não tomar qualquer decisão neste processo, uma vez que deixou a câmara em Junho de 2000, meses antes de o júri propor a adjudicação à EM Ldª.
Esta proposta mereceu a concordância de Manuel Figueiredo (PCP), o substituto de Rui Godinho, e foi ratificada pelo executivo camarário em Maio de 2001, vindo o contrato de concessão a ser assinado só em Julho de 2002, depois de a EM Ldª ter sido comprada aos irmãos por João Correia e a seguir vendida a um grupo de investidores liderado pelo advogado José Miguel Júdice.
Manuel Figueiredo, contactado pelo PÚBLICO, afirmou que não acompanhou de perto o caso, mas que nunca se apercebeu de nada de “anormal” no processo da hasta pública.
Concorrente chegou a ponderar apresentar queixa-crime
“Cheguei a preparar uma queixa-crime contra a câmara, mas depois aconselharam-me a não me meter nisso porque havia política no caso”. Esta é uma das recordações do empresário Abílio Fernandes, dono de vários restaurantes em Lisboa, relativamente à hasta pública do Parque Eduardo VII.
O então dono da mariscaria Lagosta Real, na Baixa, contactado pelo PÚBLICO, não hesita mesmo em afirmar: “Houve ali fretes e compadrios, interesses que me ultrapassaram.” Abílio Fernandes diz que ficou “muito incomodado com a situação” e lembra que antes de pensar na queixa-crime, quando soube a quem a concessão ia ser entregue, apresentou uma reclamação à câmara.
Entre os argumentos usados nessa reclamação encontra-se o facto de o júri não ter respeitado, no caso da Estalagem de Monsaraz Ldª (EM Ldª), a decisão que havia tomado de atribuir a pontuação mínima aos concorrentes que não respondessem aos pedidos de esclarecimento que lhes tinha dirigido, quanto à experiência dos concorrentes e aos prazos previstos para a abertura do restaurante. A câmara, porém, indeferiu a reclamação com base num parecer de um dos seus juristas, que considerou não haver contradição nas decisões do júri.
A reclamação de Abílio Fernandes é outro dos documentos que desapareceram dos arquivos camarários, bem como os pedidos de esclarecimento dirigidos aos concorrentes pelo júri e restante correspondência com eles trocada.
Antigo sócio diz que nunca vendeu quota
A empresa que ganhou a hasta pública do Parque Eduardo VII, e se veio a tranformar na actual Eleven SA, tem uma história pouco comum. Um dos seus fundadores garante mesmo que nunca vendeu a sua quota, embora a venda da mesma tenha sido objecto de escritura notarial.
Criada em 1991 por João Correia e pelo empresário José Conchinha, a empresa recebeu o nome de Reguengos Hotel Ldª e tinha por objecto a construção de um hotel. O projecto foi depois abandonado e a sociedade nem sequer iniciou a sua actividade.
Foi esta empresa que, em 1993, mudou a sua designação para Estalagem de Monsaraz Ldª (EM Ldª), na sequência da celebração de uma escritura no Cartório Notarial de Portel, de acordo com a qual José Conchinha vendeu a sua quota, por 500 mil escudos, a um irmão de João Correia, e este vendeu a sua, pelo mesmo valor, a uma irmã.
José Conchinha, porém, garante que isso nunca aconteceu. “Eu nunca vendi quota nenhuma, não conheço o irmão do senhor João Correia de parte nenhuma e nunca entrei no Cartório de Portel”, garante o empresário, dono de várias pastelarias e outros negócios em Reguengos de Monsaraz. Segundo disse ao PÚBLICO, que lhe enviou uma cópia da escritura assinada por ele, “a assinatura que lá está só pode ter sido falsificada”.
Confrontado com estas afirmações, João Correia, respondeu, através do seu advogado, que elas só podem resultar de “esquecimento, pois já passaram 21 anos”.
Em todo o caso, João Correia manteve-se afastado da empresa, que não desenvolvia qualquer actividade, até que em 30 de Agosto de 1999 foi nomeado gerente pelos seus irmão, para três dias apresentar a sua declaração de início de actividade nas Finanças e concorrer à hasta pública da Câmara de Lisboa.
Em Maio de 2001, já depois de a autarquia ter procedido à adjudicação provisória da hasta pública à EM Ldª, João Correia comprou as quotas dos seus irmãos, tornando-se o seu único proprietário. Dez meses depois, em Fevereiro de 2002, com a decisão de adjudicação já ratificada pela maioria PS/PCP, é a vez de a sociedade ser transformada em sociedade anónima, ficando como accionistas, além do próprio João Correia, o advogado José Miguel Júdice e nove sócios, entre os quais o industrial Américo Amorim.
O contrato de concessão foi assinado em Julho desse ano, já no mandato de Santana Lopes, com João Correia e José Miguel Júdice a representar a EM Ldª.
Embora o prazo para a abertura do restaurante proposto pela empresa na hasta pública fosse de dez meses após a aprovação do projecto (factor que também foi tido em conta na sua escolha), o Eleven só abriu as portas em Novembro de 2004, mais de dois anos depois daquela data — atraso pelo qual João Correia responsabiliza a burocracia camarária.
Em 2007 a EM Ldª acabou por mudar a sua denominação para Eleven - Restauração e Catering SA.

sábado, 14 de junho de 2014

A Tale of Two Segments: Can Budget Hotels Match Upscale RevPAR Gains?

Mr. Denston

Guest Service / Customer Experience Mgmt

A Tale of Two Segments: Can Budget Hotels Match Upscale RevPAR Gains?

By Dan Denston, Executive Director, Mystery Shopping Providers Association - North America

No business has been unaffected by the economic downturn of the last few years. Most often, the state of the economy IS the state of the hospitality industry. Though the current recovery of hotel industry, overall, has been stronger than that of most businesses.
PriceWaterhouseCoopers (PwC) says as the US economy inched forward, the travel segment experienced a “robust recovery.” In 2011, PwC reports, the hotel industry experienced an 8.2 percent increase in Revenue Per Available Room (RevPAR), just 2 years after it reported a 17 percent dip.
But when you dig deeper, you notice the more upscale properties are faring better and are forecast for a greater RevPAR boost than economy brands. While we won’t assume anyone is out of the woods at all, it seems clear that budget hotel brands need to focus on the “blocking and tackling” methods of filling rooms.
Many budget hotel clients of mystery shopping firms are reporting that a constant, almost hyper focus on ensuring that price, service and amenities is helping them compete within their segment, and that customers are beginning to expect an upscale feel at modest prices. Tracking that delivery across an entire chain of hotels seems daunting but once executed – our clients tell us – puts them at a RevPAR advantage compared to neighboring properties and competitor brands.
The State of Recovery
Leading hotel consulting firms are predicting healthy progress for lodging in 2013; PKF Hospitality Research last fall predicted an overall RevPAR boost of 6.2 percent for the year, while PwC tabbed growth at 5.6 percent.
“Backing all apparent economic trends, lodging has been a leading industry during the sluggish economic recovery,” PKF Hospitality Research President R. Mark Woodworth has been quoted as saying. “This is different from past recovery periods when hotels typically lagged other industries.”
Gains in corporate profits and business travel have lifted the luxury segment, with an 8.1 percent RevPAR gain in 2012; upper upscale, upscale and upper midscale registered gains between 6 and 7 percent which midscale and economy brands lagged slightly behind at 5.7 and 5.6 percent increases, according the PwC. Their current year forecasts show midscale and economy estimates in the 3 percents for 2013 while the upper brands between 5-7 percent. (It should be noted, independent hotels fell about in the middle in both 2012 numbers and 2013 estimates.)
The challenge for midscale and economy brands is clear: stand up and step out
“While RevPAR for the upscale hotel space has seen a great climb from the recession, the limited service and budget hotel segment is struggling to keep pace,” said Chuck Paul, CEO of A Closer Look, an MSPA member company specializing in the hotel industry. “In order to keep up, the more modestly-priced brands simply must do more and be more responsive to what customers expect or want at that level.”
Travelers, at all price points, want to relax and enjoy a rewarding experience. Whether it’s business travel, vacation, or visiting family, travelers largely associate stress with the “travel” aspect of their journey. Equally as much, they anticipate – even demand – to be relaxed during the lodging portion of their trips.
Budget hotels that offer more full-service amenities, such as flat screen TVs, luxury bedding, and a more service focused dining and bar experience are scoring better in customer satisfaction scores, Paul said.
“Most often a hotel guest anticipates all his or her needs can be met on the property,” he said. “They want a good meal, perhaps a proper workout, available free Wi-fi, and adequate entertainment options. RevPAR is more about booking the room than it is adding on once a guest arrives, so budget brands must make the stay as convenient as possible.”
Hotels that pay sharp attention to the Online Travel Agencies (OTA) are doing the best when it comes to both capturing the traveler’s attention and seeming competitive in pricing, MSPA members report. Because hotel guests use a website or app such as Trip Advisor essentially like Google for a hotel stay, hotels must put several policies in place, such as:
  • Continually monitor neighboring properties’ pricing online;
  • Ensure all its rates are consistent with what is quoted on an OTA;
  • Enact policies that are flexible in matching some competitors’ OTA pricing.
Member companies report that even daily monitoring sometimes is not enough and they are increasingly working that service into their mystery shopping plans to gauge not only pricing, but the booking experience for a customer.
There IS Such a Thing as a Free Meal
The question of breakfast has long been a tricky one for hotels. Whether breakfast is free or not – that’s a whole other debate – a cloudy picture can be detrimental for a budget brand’s RevPAR. A hotel client of MSPA member Bare International in 2010 asked the company to monitor whether employees were collecting payment for breakfast. Evaluators books rooms without breakfast and subsequently attempted to eat without paying.
In 2010, 37 percent of evaluators were able to eat without being charged. Following that round of mystery shops and evaluation by Bare International, the client began intensive training with hotel team members. A year later, 25 percent of guests enjoyed a free breakfast. Through the first three quarters of 2012, that number has dipped to 23 percent.
A 14 percent dive in free breakfasts for guests across a budget hotel chain represents a significant amount of revenue. It is one of several revenue-boosting policies and procedures that can be identified by knowing your own company and evaluating whether you are honoring your brand promise to customers. The only true “cost” in the free breakfast example is the more intensive training of employees; otherwise the decrease in free meals was literally found money.
“It has become such a norm to include breakfast with a stay that the hotels that choose not to include it are at a greater disadvantage,” said Becky Fisher, the global client relations manager in Bare’s hospitality department. “However, hotels that have different packages (with or without breakfast) need to be sure all guests have purchased the inclusive package or pay at the door. In addition, hotels that only have inclusive packages need to be sure all persons eating breakfast are actually paying guests. Without a process in place, hotels are giving away many free breakfasts, which of course erodes the bottom line and a property’s RevPAR.”
Not all improvements are “found money” of course. Boosting RevPAR at the budget level often requires significant investments. Meeting – or exceeding – customer expectations come from improvements and relationships aimed at improving the customer experience.
A client of A Closer Look, for example, rebranded and consolidated each of its brands into one. In a way they have done what most budget brands may be forced to execute: bringing guests midscale amenities for “premium economy” prices.
For example, guests often shun the pricey bottled water in the room’s minibar and bring their own water. But the client of A Closer Look struck a deal to offer filtered water in sinks in guest rooms. A commitment to going green is starting to prove to be an ideal RevPAR investment, even if its ROI can’t be perfectly measured.
Very few hotel guests view their rooms as “just a bed to sleep in.” Whether they travel for business or pleasure, they need their room to be a living room, comfortable bedroom and occasionally a dining room. But they also need it to be a launching pad for their day.
“Guests need to get ready for the day in their room and if your bathroom does not elevate the guest experience, you will suffer,” Bare’s Becky Fisher said. “We see hotels paying great attention to detail in the bathrooms: curved shower rails, steam-free mirrors, hairdryers with increased wattage and upscale shampoos and soaps. Guests expect a lot of things, and any one thing that goes wrong could send them across the street next time. So budget hotels especially are understanding and acting upon that reality.”
Mystery Shopping Boosts Even the Best
Brands that are among the best are still missing opportunities every day. The difference between a 5 percent RevPAR gain and a 7 percent increase, for a property or a brand, can be enormous.
Newport Hospitality Group always prided itself for scoring at the top of their brands and thought they were providing “knock your socks off service” according to Lizz A. Chambers, VP of Sales and Organizational Development for the brand.
“The first round of shops were disappointing to say the least. There were no Wow’s in them … I was floored,” she said.
The brand put an emphasis on improving through mystery shops provided by A Closer Look – this way every customer was a mystery shopper in the eyes of employees. Owners began to ask for monthly shops after seeing the instant improvement.
“Our brand began with an average score in the 80th percentile of the company brands, and we ended last year in the 90s,” Chambers said. “We have a goal this year to improve that another 5 percent and to be consistently in the top 5 of all our brands. (The mystery shops) keep us on our toes and our guests, owners and associates all benefit.”
And any hotel manager can tell you, an increased reputation is the best thing for revenues and your RevPAR standings.
Dan Denston, the Executive Director of the Mystery Shopping Providers Association (North America), has an extensive history with associations and association management throughout the country, as well as other varied business and educational experience. Mr. Denston has worked for and with associations and association management companies in the Washington area in membership and member services, conventions and trade shows, marketing, publishing, and government relations. In addition to mystery shopping, his association management experience has included work with the construction, manufacturing, and medical industries. Mr. Denston can be contacted at 502-574-9033 ordan@mysteryshop.org Extended Bio...
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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Geotermia no Quénia

MEIO AMBIENTE

Geotermia, a energia limpa que vem do subsolo

Estima-se que 99% do globo terrestre se encontrem a uma temperatura acima de 1.000ºC. O calor do subsolo pode ser extraído de forma limpa e com poucos riscos.
Vulcão em Sumatra
Já os antigos romanos usavam as termas – uma espécie de oásis relaxante destinado aos ricos e poderosos da Antiguidade – construídas sobre fontes quentes, de onde jorravam águas sulfurosas.
Mesmo séculos depois, o mundo continua aproveitando o calor vindo do interior da Terra. Na Itália, em 1913, foi fundada a primeira usina capaz de gerar eletricidade a partir das altas temperaturas no subsolo. Era desenvolvida uma nova forma de energia: a geotérmica.
Atualmente, a geotermia é utilizada em diversos países. Locais de elevada atividade vulcânica ou nos quais a crosta terrestre é fina são particularmente bons para o desenvolvimento desse tipo de tecnologia. Através de perfurações no solo – a quilômetros de profundidade –, pode-se encontrar um vapor quente de mais de 200ºC, que pode ser facilmente convertido em energia elétrica por usinas especiais. O método, conhecido como "geotermia profunda", é utilizado em países como a Nova Zelândia, as Filipinas ou na costa oeste dos Estados Unidos.
Geotermia em uso na Itália
Energia limpa ao redor do mundo
Todavia, não é preciso que o clima do país seja quente para explorar calor do subsolo: a fria Suécia, por exemplo, está bem à frente de outros países no que diz respeito ao aquecimento de edifícios com permutadores de calor.
Trata-se da chamada "geotermia rasa", cujos poços chegam a apenas 400 metros de profundidade. Neles, são inseridos tubos intercambiadores de calor, que transportam o calor do interior terrestre à superfície.
Os especialistas presumem que, em tese, a geotermia seria capaz de abastecer toda a demanda energética mundial de forma permanente. E, o que é melhor, de forma ecologicamente correta: "A geotermia é 100% limpa", garante Stefan Dietrich, da associação de empresas do setor na Alemanha.
Em função do seu aspecto não poluente, diversos países da Europa têm financiado esse tipo de tecnologia através de incentivos do próprio governo.
Ruas aquecidas da Islândia
"Sem incentivos políticos, a exploração da energia geotérmica ainda não teria chegado à Europa central", afirma Horst Kreuter, da ONG Associação Geotérmica Internacional (IGA). Confiante, Kreuter defende que o apoio do governo não será necessário sempre e que, no futuro, a geotermia se tornará rentável.
Esta fonte na Islândia fornece 180 litros de água quente – por segundo
Um exemplo excelente de rentabilidade e aplicação da energia geotérmica atualmente é a Islândia, onde mais de metade da demanda energética é garantida pelo calor do subsolo. As usinas geotérmicas do país cobrem cerca de um quinto da eletricidade consumida. O calor do fundo da terra é tão barato que até mesmo algumas ruas da capital são aquecidas durante o inverno.
Indonésia almeja energia barata
Assim como a Islândia, também a Indonésia é uma ilha vulcânica. O país possui ótimas condições geológicas para o uso energético da geotermia, contudo, metade dos indonésios sequer tem acesso à eletricidade e os apagões são frequentes.
Com a geotermia, sobretudo os países economicamente desfavorecidos têm uma nova perspectiva de um abastecimento barato e acessível para todos os seus habitantes. No caso da Indonésia, porém, a energia vinda do carvão ainda é mais econômica do que a eletricidade gerada pelo calor do solo.
"A geotermia pode contribuir significativamente no combate aos problemas de abastecimento", aponta Thorsten Schneider, do banco alemão KfW, que financia a construção de uma usina na província indonésia de Achem (Aceh).
Uma grande vantagem da opção geotérmica sobre outras fontes renováveis, como a solar e a eólica, está no fato de se tratar de uma energia extremamente confiável e que independe das condições climáticas. "Além disso, uma usina (geotérmica) pode reduzir em torno de 230 mil toneladas por ano as emissões de CO2 na Indonésia", argumenta Schneider.
Parque Nacional Hells Gate, no Quênia
Quênia: Geotermia em vez de hidrelétricas
Os locais onde se chocam as placas tectônicas – que flutuam sobre o magma, sob a crosta terrestre –, não são apenas locais propícios para terremotos, mas também oferecem as condições ideais para o aproveitamento da energia geotérmica.
Isso acontece no Quênia, um país dependente da energia hidráulica, mas que devido a longos períodos de seca está em busca de fontes alternativas de energia. Uma opção encontrada foi a energia geotérmica. O Quênia tem hoje oito usinas geotérmicas, ente as quais a de Olkaria, no parque nacional Hell's Gate.
Muitas vantagens, poucas desvantagens
Segundo Dietrich, a energia geotérmica é uma ótima opção para os países em desenvolvimento que não dispõem de uma ampla malha energética. "Uma grande vantagem da energia geotérmica em relação às fontes convencionais de energia, como usinas nucleares e a carvão, é a sua descentralização", isto é, os países são menos dependentes das grandes usinas centrais ou redes elétricas de grande porte.
Apesar de tudo, a geotermia também implica riscos: existe o temor de que os poços perfurados, especialmente em áreas geograficamente sensíveis, possam provocar terremotos. Horst Kreuter, no entanto, tranquiliza: "No caso da energia geotérmica, os riscos a serem considerados são muito baixos".
Autora: Nele Jensch (mdm)
Revisão: Roselaine Wandscheer

Estou no verde

http://estounoverde.blogspot.pt/

domingo, 2 de março de 2014

National Geographic elegeu Alentejo como destino obrigatório a visitar em 2014

 
 
 
 
 
 
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O Alentejo foi eleito, pela revista de viagens da National Geographic, como destino obrigatório a visitar em 2014. A revista elegeu 21 destinos a visitar e o Alentejo foi um deles.
Todos os destinos eleitos reflectem o que é “autêntico, culturalmente rico, sustentável e, é claro, superlativo no actual mundo das viagens”. Entre regiões como o norte da Austrália, Nova Orleães, a italiana Apúlia, a bósnia Sarajevo, parques do Ruanda ou Índia, segredos do Iraque ou mesmo mergulhos em Cabo Verde, surge o Alentejo onde o “ritmo lento da vida é parte da atracção”. O concelho deixado é “Relaxe, pratique a paciência e não olhe para o relógio”.
A Rota Vicentina é a explicação para a escolha do Alentejo, “um dos mais recentes trilhos da Europa para caminhadas”, “realmente selvagem” e “onde as cegonhas fazem ninhos e plantas endémicas florescem”.
Esta é a lista dos 21 destino obrigatórios a visitiar em 2014:
  • Parque Nacional da Floresta de Nyungwe, Ruanda
  • Northern Territory, Austrália
  • Nova Orleães, EUA
  • Apúlia (Puglia), Itália
  • Córdoba, Argentina
  • Cabo Verde
  • Parque Nacional de Ranthambore, Índia
  • Arbil, Iraque
  • Sarajevo, Bósnia-Herzegovina
  • Pays Cathare (na região Languedoc -Roussilon), França
  • Parque Nacional das Montanhas Rochosas, Colorado, EUA
  • Sochi, Rússia
  • John Muir Way, Escócia
  • Parque Nacional de Nahanni, Canadá
  • Rota do Cacau, Equador
  • Riga, Letónia
  • Liechtenstein
  • Guiana
  • Alentejo
  • Planalto Bolaven, Laos
Aceda à notícia da National Geographic aqui.
 veja o vídeo : http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=9IyNsusb7Zo





Fonte: Publico